O VII Festival Música na Ibiapaba promete reunir, em Viçosa do Ceará, estudantes e professores em uma temporada intensiva de aperfeiçoamento em música popular. O evento alia o entusiasmo de jovens instrumentistas ao talento de nomes experientes da MPB
Uma extensa programação de shows e aulas, tendo como foco a formação em música popular brasileira. Assim é o Festival Música na Ibiapaba, que a partir de sábado acontece na agradável cidade de Viçosa do Ceará. Pelo sétimo ano consecutivo o evento propõe um reforço na iniciação musical e na profissionalização de jovens músicos. Estudantes de Fortaleza e de diversos municípios do Interior tomam o caminho da Serra da Ibiapaba, em busca de interação com outros instrumentistas e de lições aprendidos dentro e fora das salas de aula.
Desta vez, o festival anuncia uma programação sem atrações de apelo tão popular quanto no ano passado, quando o cantor e compositor Raimundo Fagner fez o show inaugural do evento, na Praça da Igreja Matriz. De acordo com Angelita Ribeiro, uma das responsáveis pela coordenação pedagógica do evento, essa é uma questão de prioridades. "Temos um compromisso pedagógico, com o foco central no encontro dos mestres, que ocorre uma noite antes do início das mostras das oficinas, e nos shows de grandes músicos que não têm tanta visibilidade na mídia", justifica a musicista, que divide a coordenação com Marcos Maia e Lucille Horn, também professores do Curso de Música da Universidade Estadual do Ceará.
Neste ano, sobem ao palco da Igrejinha do Céu e marcam presença na Igreja Matriz a vaqueira Dina, de Canindé, com o show "Aboios - O Som do Sertão"; o Recital "Os Jesuítas e sua Música para Catequese", da Fundação Raimundo Fagner; o Projeto Timbral, formado por Lú de Souza (guitarra), Miquéias dos Santos (contrabaixo) e Neo dos Santos (bateria); o pianista Ricardo Bacelar (CE), com o concerto "Piano Popular Brasileiro". E ainda o jovem violonista e guitarrista Cainã Cavalcante, lançando com sua banda o CD "Samburá"; o concerto Novos Bandolins de Oeiras (PI); Mário Sève e David Ganc (RJ), com o show Choro Duetos - Pixinguinha e Benedito Lacerda. Os compositores e instrumentistas do grupo Argonautas e o cantor Marcus Caffé, em tributo aos 95 anos de Humberto Teixeira, completam a programação de shows.
Homenagens
Mantendo a tradição de prestar homenagens a grandes nomes da música brasileira, o festival destaca este ano Nelson do Cavaquinho, Vinicius de Moraes, Adoniran Barbosa, Eliseth Cardoso e Baden Powell. Também haverá homenagens especiais a dois músicos recentemente falecidos, que participaram do festival como professores: o trombonista paraibano Radegundes Feitosa, que esteve na Ibiapaba no ano passado, e o clarinetista e saxofonista Paulo Moura, que esteve na edição inaugural, em 2004.
Entre os mais de 1200 alunos que se inscrevem para as oficinas de nível médio e avançado, 1000 vão participar das atividades. "A procura é muito grande. Por isso, deixamos ultrapassar um pouco o limite de vagas, porque alguns desistem", detalha Angelita. As novidades deste ano incluem oficinas de percussão de som determinado, Ceará plural - manifestações cênicas musicais da cultura e Barbatuques - percussão corporal. À lista de professores que já participaram do festival, juntam-se estreantes como André Boxexa (RJ), Aparecida Silvino (CE), David Castelo (CE), David Ganc (RJ), Marcelo Gomes (SP), Marcelo Mariano (SP) e Maurício Maas (SP). "São professores muito experientes com formação em música e vivência pedagógica", ressalta a coordenadora.
Veterano no Música na Ibiapaba, Heriberto Porto, flautista, professor da Uece e integrante dos grupos Marimbanda e Syntagma, participa do festival desde a primeira edição. Junto ao clarinetista e saxofonista Carlinhos Ferreira, assumiu a parte de sopro nos dois primeiros anos. "Foi uma coisa pioneira, de dar um pontapé inicial. Depois o festival foi crescendo, tendo professores mais especializados. Este ano estou indo com a flauta, meu instrumento. Deixei a improvisação, que era legal, pra poder dar mais aulas", comenta Heriberto. E tece elogios ao maestro Radegundes, na área do sopro. "Ele era o melhor do Brasil dessa turma do sopro. Estava previsto para retornar ao festival este ano. Perdemos um professor. E fica a dúvida se o Costinha, irmão dele, estará também no festival".
SÍRIA MAPURUNGA
REPÓRTER

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