Ressalte-se que a lei 200 (11), em seu art. 1°., é bem clara: Fica Transferida (grifo nosso) a Vila Nova d’El-Rei para a povoação de Ipu –Grande, do mesmo Município com a denominação de Vila Nova do Ipu-Grande. Portanto, não há do que se duvidar, embora ainda hoje se comemore 26 de agosto como o dia do Município de Ipu. Não se criou um novo Município e sim se transferiu a sede do mesmo de Vila Nova d’ EL-Rei para a povoação de Ipu Grande.
A lei n° 230, de 12 de janeiro de 1841, revogou a de n°.200, Voltando a sede para Campo Grande e, em 3 de dezembro de 1842, a lei n°. 261 restaurou alei n°200, número interno 11, conforme se lê abaixo:
Lei n°261 de 3 dezembro de 1842
Sancionada pelo presidente José Joaquim Coelho.
Art. Único. Fica em seu inteiro vigor a lei n°.11 de agosto de 1840, revogadas todas as disposição em contrario.
Em datas e factos para Historia do Ceará, Tomo II, o inconteste Barão de Studart, confirma esse entendimento nosso, senão vejamos:
A vila do Ipu foi criada na antiga Villa Nova d’El-Rei ( Campo Grande) donde foi transferida para aquelle logar pela provincila n°. 200 de 26 de agosto de 1840 com a denominação de Vila Nova do Ipu Grande, ficando Campo Grande reduzido a simples povoação. Foi revogada esta lei pela de numero 230 de 12 de Janeiro de 1841 e pela lei de n°. 261 de 3 dezembro de 1842 de novo considerada em vigor. (STUDART, v.2, 1896:345)
Da data da Lei n°. 261 até agosto de 1848, não se fala mais de Vila Nova d’ El-Rei ou do Ipu – Grande. Eis que a lei n°. 472, de 31 de agosto de 1848, que criou a comarca de Ipu, menciona o seguinte: Fica creada uma comarca no termo do Ipu, servindo de cabeça da comarca a villa do mesmo nome, e de limites os mesmos do atual termo. Hermeneuticamente entender-se-ia que a lei a antecedeu, a261, de 3 dezembro de 1942, teria criado a Vila de Ipu. Campo Grande ficou reduzido a povoado até 10 de janeiro de 1879. Em face dessas constantes mudanças, ambos os Município tiveram inúmeros prejuízos. A respeito disso nos Antonio Bezerra em Notas de Viagem:
Por motivos políticos o cartório e mais papeis do cartório de Campo Grande, que deviam ser transferidos para a nova Sede, em Virtude das leis de 1840, naufragaram os que convinham, na passem do riacho Ipuçaba!....(1965:205)
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