Mostrando postagens com marcador Fonte: O POVO Online. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Fonte: O POVO Online. Mostrar todas as postagens

1 de fev. de 2011

Ministra defende ampliação do PAC da Cultura

O presidente da Funarte, Antônio Grassi, disse no último sábado que uma das metas do Ministério da Cultura é afinar suas políticas com os programas do Governo Federal, como o PAC. Este foi um dos pontos já discutidos na reunião que a ministra Ana de Hollanda fez com todo o seu secretariado, no Rio. Segundo ele, o ministério irá se empenhar, por exemplo, no apoio ao programa Praças do PAC, que inclui a construção de 800 praças no país. “Vamos trabalhar na formulação da programação para todos estes equipamentos culturais”, disse. Grassi afirmou também que o ministério irá rediscutir as propostas de mudança na lei de Direitos Autorais, sugeridas pela gestão anterior. Segundo ele, as propostas de alteração, que estavam sendo encaminhadas para a Casa Civil, serão devolvidas e debatidas novamente no ministério. “Vamos estudar melhor a questão antes de qualquer definição”, disse. A reunião aconteceu no Museu da República.
Na pausa para o almoço, a ministra Ana de Hollanda disse que o objetivo da reunião é permitir que os novos assessores conheçam a estrutura do ministério e a proposta de orçamento aprovada para este ano, que é de pouco mais de R$ 2 bilhões. “É uma reunião de apresentação e também para avaliarmos os programas em andamento no ministério”, disse. (da Folhapress)

20 de jun. de 2010

Índio quer terra!

Onde estão as terras índios no Ceará? Essa é uma indagação que está longe de ter uma resposta definitiva e que tem provocado questionamentos em terrenos cobiçados no Ceará
Andreh Jonathas - 19/06/2010 16:00
Atualizada às: 19/06/2010 03:20
São, às vezes, de pele e olhos claros. Assistem TV e usam roupa de marca. Parecem “homem branco”, mas se auto-identificam índios. Por diversos motivos históricos, a aparência, a cultura e o modo de se vestir desses indivíduos não são os mesmos de séculos atrás no Brasil. O que permanece e, ao mesmo tempo, passa por um momento de resgate, é a forte relação com o meio ambiente - a terra ou o mar.
Apesar da aculturação, comunidades nativas cearenses se revelam e travam batalhas judiciais em busca de áreas, com o argumento de serem espaços indígenas. São espaços cobiçados, locais atrativos e propícios para instalação de empreendimentos

“As terras indígenas estão localizadas nas melhores áreas do Estado. Tem muita água, muita fruta, são os lugares mais bonitos”, comenta Maria Amélia Leite, missionária da etnia Tremembé. Ela afirma haver mais de quatrocentos projetos, públicos ou privados, em áreas indígenas no Brasil.


As disputas mais delicadas travadas no Estado atualmente são entre a empresa Ducoco Alimentos e os Tremembés de Almofala, em Itarema; e entre o Governo do Estado e os Anacés, em São Gonçalo do Amarante e Caucaia.


O primeiro está relacionado à produção de coco, iniciada na década de 1980 em uma área que a comunidade reivindica. O segundo é mais recente e diz respeito à instalação da Refinaria Premium II, da Petrobras.
Reconhecimento
Conforme a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Ceará possui uma população de cerca de 22,4 mil índios. São nove etnias reconhecidas pelo órgão: Anacé, Tremembé, Jenipapo-Kanidé, Potiguara, Pitaguari, Tapeba, Kariri, Tabajara e Kalabaça. Além disso, há nove terras indígenas reconhecidas oficialmente, em fases diferentes do processo de demarcação.
A reportagem especial “A Disputa por Terra no Ceará” mostra os processos de ressurgimento de comunidades que se autoafirmam indígenas em busca de seus direitos.
As disputas por terra envolvem grandes empreendimentos e o poder econômico, o que torna a solução dos problemas mais demorada e tensa

19 de jun. de 2010

Portugal dá último adeus ao escritor José Saramago

Os restos mortais do escritor português José Saramago, que faleceu na sexta-feira aos 87 anos na ilha espanhola de Lanzarote, chegaram neste sábado a Portugal, onde foi decretado luto oficial de dois dias em homenagem ao prêmio Nobel de Literatura.

À tarde, centenas de pessoas, anônimos e personalidades, reuniram-se diante da capela instalada na Prefeitura de Lisboa para fazer as últimas homenagens ao escritor.

Alguns levavam nas mãos um cravo vermelho, símbolo da revolução que colocou fim à ditadura de Antônio Salazar em 25 de abril de 1974.

Os restos mortais de Saramago permanecerão expostos até sua cremação, prevista para o domingo. Suas cinzas serão jogadas em sua cidade natal, Azinhaga, e na ilha canária de Lanzarote, onde viveu nos últimos 17 anos, no povoado de Tías, afirmou à AFP sua mulher, a espanhola Pilar del Río.

Diversos dirigentes e militantes do Partido Comunista português, ao qual Saramago foi fiel desde sua adesão em 1969, aproximaram-se para dar adeus ao seu camarada.

O primeiro-ministro socialista José Socrates e diversos membros do governo também participaram da homenagem, assim como a ministra da Cultura espanhola, Angeles González Sinde, e personalidades do mundo da cultura.

Entre as coroas de flores, posicionadas perto do catafalco, duas foram enviadas pelo líder cubado Raúl Castro e seu irmão Fidel.

O caixão de Saramago chegou a Lisboa procedente de Lanzarote no início da tarde, a bordo de um avião da Força Aérea portuguesa, acompanhado da viúva do escritor e de sua filha Violante, assim como da ministra da Cultura de Portugal, Gabriela Canavilhas.

Em torno de 30 conhecidos e personalidades reuniram-se no aeroporto militar de Lisboa para receber o escritor, cujo caixão estava coberto pela bandeira nacional, símbolo da reconciliação entre Portugal e o único Prêmio Nobel de Literatura de língua portuguesa.

Em 1993, cinco anos antes de receber o Nobel, Saramago, que descrevia a si mesmo como um "comunista libertário", tinha abandonado seu país para se instalar nas Ilhas Canárias (Espanha) depois do escândalo provocado no meio católico português com a publicação de seu "Evangelho", no qual Jesus perde a virgindade com Maria Madalena.

Denunciando um ataque ao "patrimônio religioso português", o governo de Lisboa decidiu suprimir o autor da lista de candidatos ao prêmio europeu de literatura, o que provocou sua raiva e seu exílio voluntário na Espanha.

O autor de "Memorial do Convento", "Ensaio sobre a Cegueira", "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", morreu em Tias "em consequência de uma falência múltipla dos órgãos" depois de uma longa doença, anunciou na sexta-feira sua Fundação.

Portugal, reconciliado desde então com seu filho rebelde, decretou dois dias de luto oficial.

Saramago, árduo defensor dos oprimidos e crítico do ex-presidente americano George W. Bush, defendeu a causa saharaui e sobretudo a palestina, e chegou a comparar Ramallah com Auschwitz durante uma visita em 2002 à Cisrjordânia.

Nascido em 16 de novembro de 1922 em Azinhaga (centro de Portugal), Saramago publicou em sessenta anos cerca de trinta obras, novelas, poesias, ensaios ou peças de teatro.

Apesar de estar debilitado por conta de sua doença, José Saramago trabalhava em uma nova "novela de ideias, sobre a brutalidade da guerra", da qual tinha escrito "em torno de vinte páginas", segundo seu editor português Zeferino Coelho.