Praça Tahrir foi mais uma vez palco dos protestos contra o presidente egípcio Hosni Mubarak. Entrevista de executivo do Google, após 12 dias preso, deu novo fôlego ao movimento
FOTO: REUTERS
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9/2/2011
Após 12 dias preso, executivo do Google instiga Após 12 dias preso, executivo do Google instiga uma das maiores manifestações desde o início dos protestos
Cairo. Os egípcios realizaram ontem um dos maiores protestos feitos até agora pela renúncia do presidente Hosni Mubarak, mantendo sua ira apesar do anúncio feito pelo vice-presidente de um plano para a transferência de poder.
Os manifestantes lotaram uma área da praça Tahrir, no Cairo, onde cabem 250 mil pessoas. Muitos ficaram comovidos com o relato de um executivo do Google que foi preso por envolvimento nos protestos.
O vice-presidente Omar Suleiman prometeu que não haverá represálias aos manifestantes que há duas semanas exigem a renúncia de Mubarak, há 30 anos no poder. A oposição, no entanto, rejeita as promessas do governo, acusando o regime de estar tentando ganhar tempo.
O movimento de contestação ao presidente ganhou fôlego por conta de um novo e inédito herói: Wael Ghonim, executivo do Google por trás da organização cibernética dos protestos. Hoje, o egípcio atraiu centenas de milhares de pessoas numa das mais numerosas manifestações já realizadas na Praça Tahrir.
Ghonim foi libertado na segunda-feira pelas autoridades egípcias depois de 12 dias na cadeia. No Facebook, mais de 130 mil pessoas entraram numa página defendendo sua eleição informal como "o porta-voz" do levante.
Depois de chorar numa entrevista à TV egípcia, ele discursou para a multidão na praça, reafirmando a intenção dos manifestantes de não interromper a ocupação do local enquanto Mubarak insistir na recusa em deixar a presidência.
Ghonim ganhou notoriedade ao mobilizar milhares após a criação de uma comunidade no Facebook em homenagem a Khaled Said, um jovem assassinado no ano passado por policiais na cidade de Alexandria.
O executivo fez ainda um tributo emocionado às vítimas fatais dos protestos, que segundo a ONU e ONGs de defesa dos direitos humanos já teriam chegado a pelo menos 300 desde 25 de janeiro, quando os egípcios foram às ruas - cerca de 230 mortes ocorreram apenas na cidade do Cairo.
"Vocês são os heróis. Eu não sou herói, vocês são os heróis", disse Ghonim, que diz ter passado 12 dias vendado enquanto esteve preso.
Em apenas duas horas após a entrevista, 70 mil pessoas aderiram a páginas de apoio a ele no Facebook. O Google já estava vinculado aos protestos no Egito, ao ter criado um serviço que ajudava os usuários do Twitter a burlarem as restrições do governo ao site. A empresa disponibilizou um número de telefone para receber mensagens de voz, depois publicadas no Twitter.
Mortos
300 pessoas morreram desde 25 de janeiro, quando os egípcios foram às ruas - cerca de 230 mortes ocorreram apenas na cidade do Cairo. Os protestos contra o presidente Mubarak já duram 15 dias.
Cairo. Os egípcios realizaram ontem um dos maiores protestos feitos até agora pela renúncia do presidente Hosni Mubarak, mantendo sua ira apesar do anúncio feito pelo vice-presidente de um plano para a transferência de poder.
Os manifestantes lotaram uma área da praça Tahrir, no Cairo, onde cabem 250 mil pessoas. Muitos ficaram comovidos com o relato de um executivo do Google que foi preso por envolvimento nos protestos.
O vice-presidente Omar Suleiman prometeu que não haverá represálias aos manifestantes que há duas semanas exigem a renúncia de Mubarak, há 30 anos no poder. A oposição, no entanto, rejeita as promessas do governo, acusando o regime de estar tentando ganhar tempo.
O movimento de contestação ao presidente ganhou fôlego por conta de um novo e inédito herói: Wael Ghonim, executivo do Google por trás da organização cibernética dos protestos. Hoje, o egípcio atraiu centenas de milhares de pessoas numa das mais numerosas manifestações já realizadas na Praça Tahrir.
Ghonim foi libertado na segunda-feira pelas autoridades egípcias depois de 12 dias na cadeia. No Facebook, mais de 130 mil pessoas entraram numa página defendendo sua eleição informal como "o porta-voz" do levante.
Depois de chorar numa entrevista à TV egípcia, ele discursou para a multidão na praça, reafirmando a intenção dos manifestantes de não interromper a ocupação do local enquanto Mubarak insistir na recusa em deixar a presidência.
Ghonim ganhou notoriedade ao mobilizar milhares após a criação de uma comunidade no Facebook em homenagem a Khaled Said, um jovem assassinado no ano passado por policiais na cidade de Alexandria.
O executivo fez ainda um tributo emocionado às vítimas fatais dos protestos, que segundo a ONU e ONGs de defesa dos direitos humanos já teriam chegado a pelo menos 300 desde 25 de janeiro, quando os egípcios foram às ruas - cerca de 230 mortes ocorreram apenas na cidade do Cairo.
"Vocês são os heróis. Eu não sou herói, vocês são os heróis", disse Ghonim, que diz ter passado 12 dias vendado enquanto esteve preso.
Em apenas duas horas após a entrevista, 70 mil pessoas aderiram a páginas de apoio a ele no Facebook. O Google já estava vinculado aos protestos no Egito, ao ter criado um serviço que ajudava os usuários do Twitter a burlarem as restrições do governo ao site. A empresa disponibilizou um número de telefone para receber mensagens de voz, depois publicadas no Twitter.
Mortos
300 pessoas morreram desde 25 de janeiro, quando os egípcios foram às ruas - cerca de 230 mortes ocorreram apenas na cidade do Cairo. Os protestos contra o presidente Mubarak já duram 15 dias.
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